sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Manifestação de repúdio

As drogas estão corroendo o tecido social de forma assustadora no Brasil. A mais destruidora é comprovadamente o álcool, destacadamente a cachaça, barata, de fácil circulação por todos os recantos mais remotos do país. Há destilarias por toda parte. Produzimos 1 bilhão de litros por ano.
O vício é poderoso, a dependência se torna incurável. Os estragos são variados: destruição da saúde física e mental do alcoólatra, desagregação da sua família, violência doméstica e no trânsito, deixando rastros de infelicidade, dor e morte, registrados nos noticiários de todos os dias.
Os graves custos sociais também se traduzem em custos financeiros bilionários para o sistema de saúde. Em suma, a cachaça é um inimigo perverso e traiçoeiro das famílias, pior ainda por ser tratado como elemento folclórico da nossa cultura, chamada carinhosamente de pinga ou cachacinha.

Manifestação de repúdio.

Em 28 de outubro, a Comissão de Educação da Câmara dos Deputados aprovou a criação do Dia Nacional da Cachaça, Projeto de Lei do deputado ruralista Valdir Colatto (PMDB-SC), com parecer favorável do relator, deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), este alegando que “a cachaça já foi incorporada ao cotidiano de milhares de brasileiros”.

O projeto vai à aprovação do plenário da Câmara e, se aprovado, seguirá para o Senado. Na argumentação os autores dessa façanha destacam que “o produto é um dos símbolos do povo brasileiro”.

Imagina-se que a Comissão de Educação deva ter uma pauta robusta de temas e projetos a discutir e aprovar para que aconteça uma verdadeira e necessária revolução no modelo educacional do país. A criação de um dia de exaltação da cachaça a nível nacional é uma aberração, na contramão da sua pauta.

As entidades que subscrevem seu repúdio formal a esse projeto de lei convidam outras organizações a somarem esforços para sustar esse desvio de conduta de parlamentares muito bem remunerados pelo povo brasileiro, mas cegos à sua realidade.

MFC – Movimento Familiar Cristão
Utilidade Pública Federal
INFA – Instituto da Família
Utilidade Pública Federal, Estadual RJ, Municipal Rio
CAALL – Centro Alceu Amoroso Lima para a Liberdade

sábado, 3 de outubro de 2009

Recordando Murillo Navarro Pereira

Dirigente do Movimento Familiar Cristão do Rio de Janeiro, com sua esposa Ilva.
Sócio fundador do INFA


Na missa, com Ilva, filhos, netos e bisnetos, parentes e tantos amigos, sete dias após seu falecimento, esta foi a mais tocante homenagem, oferecida por seus netos.
“Homenagear o senhor é a coisa mais difícil nesse momento. Difícil simplesmente pela pessoa maravilhosa que você foi e representou para nós. Nos ensinou a importância da família e o significado de uma palavra tão subjetiva como o amor, tornando esses dois conceitos muito reais em nossas vidas. Portanto, nós temos a agradecer, não só por isso, mas por todas as lembranças marcantes. Quem não conviveu não consegue entender o que eram nossas noites frias em Cabo Frio, com os primos reunidos, fazendo bagunça na casa; não consegue entender o por que adorávamos o seu exclusivo CATAPUMBA e os piqueniques na praia do Sudoeste; não consegue imaginar a alegria das nossas festas de Natal; não consegue imaginar como você era um ótimo contador de histórias; enfim, não consegue entender a falta que você faz!
Junto com a vovó, com dignidade e respeito criou 10 filhos e recebeu com amor todos os netos e bisnetos; construiu uma família linda que sempre terá você como um ícone, pode ter certeza! Obrigada por tudo, vô! Por todas as conversas e conselhos, por todos os ensinamentos, por ter sido não só um avô, mas amigo para todos nós! Obrigada por ter estado sempre presente tanto nos momentos tristes quanto nos felizes, dividindo conosco o simples prazer de tê-lo por perto. Se hoje você faz falta para todos é porque soube conquistar cada um em especial, porque teve o dom e a sabedoria de plantar apenas bons frutos em nossos corações.
Temente a Deus, sabia brigar quando necessário e puxava nossas orelhas só pra ficarmos espertos; fazia festinha em nossas cabeças como ninguém, mas também sabia pedir, não é, vó?!; era dono de um sorriso lindo e meigo e de uma risada gostosa, de um bigode e uma careca características, assim como uma teimosia irreverente, principalmente quando se tratava de idas ao médico ou tomar remédios.
Sabe, nem sempre sabemos dar valor a pequenos acontecimentos, rotineiros ou não, e só quando perdemos nos damos conta do inestimável valor que aquilo representava.
Só queríamos que o senhor soubesse que reconhecemos agora cada momento precioso e agradecemos a Deus por termos tido um avô que viveu o tempo todo nos proporcionando tantas alegrias; por termos tido um avô do qual possamos lembrar com alegria e orgulho; por termos tido o melhor avô do mundo.
Mais uma vez, o senhor está fazendo muita falta, mas com certeza a saudade que nós gostamos de ter e se, em algumas noites traiçoeiras, a cruz estiver pesada, saberemos agora que não só Cristo estará conosco em nossos corações.
Amamos Você!
Todos os netos.”
Autora do Texto: Paula Barroso Pereira Madruga, neta de Murillo Navarro Pereira